Histórico da Drenagem Subterrânea
Há relatos de que a drenagem subterrânea teria começado na antiga Roma com a utilização de cascalho tanto como meio coletor quanto conduto da água para fora da área drenada.
Após isto ela foi utilizada na França por meio de tubos de barro e depois na Inglaterra já em meados de 1810.
O verdadeiro avanço veio nas últimas quatro décadas acompanhando o grande avanço na produção de alimentos impulsionado pelo grande crescimento populacional.
A drenagem tem o objetivo de rebaixar o lençol freático através da remoção da água de uma região e condução para outra região diferente.
Normalmente utiliza a gravidade, mas também pode utilizar bombas de sucção.
Em lavouras ela pode propiciar uma melhor produtividade já que controla a humidade presente região das raízes das plantas cultivadas.
Em regiões semi-aridas evita o encharcamento e também a salinização de solos irrigados.
Como é feita Atualmente
Hoje em dia é comum utilizar tubos corrugados em PEAD perfurados com a finalidade de coletar e escoar o excesso de água do subsolo.
A drenagem pode ser feita de duas maneiras com objetivos diferentes, são elas:
- Superficial - Visando a remoção do excesso de água da superfície do solo ou piso construído;
- Subterrânea - Visando a remoção do excesso de água do solo até uma profundidade determinada.
A
drenagem possui vários benefícios. Em regiões de muita chuva previne o encharcamento e evita perdas de produtividade agrícola.
Além disso, também permite o uso de terras encharcadas para produção de alimentos.
No Brasil ela ainda é pouco usada, mas é de extrema importante.
Nas regiões áridas do Nordeste, por exemplo, pode evitar a salinização dos solos irrigado.
A
drenagem é uma técnica que vem auxiliar o processo de
irrigação já que este acaba gerando problemas de encharcamento e/ou salinização.
As valas abertas têm o custo de instalação mais baixo, porém tem maior custo de manutenção, gera perda de área e dificulta a passagem das máquinas agrícolas. Estes problemas acabam fazendo com que a
drenagem utilizando
tubos corrugados seja uma melhor opção.
Na região do sub-médio São Francisco há muitas áreas que já foram salinizadas.
Essa região foi irrigada a partir dos anos 50, mas devido à falta de cuidado com o controle da irrigação muitas áreas acabaram sendo abandonadas devido ao intenso processo de salinização que sofreram.
A
drenagem também pode ser feita nas proximidades de obras de rodovias e ferrovias.
Neste caso os drenos são instalados geralmente em trechos em cortes ou em trechos de baixada onde haja formação e ascensão do lençol freático.
É também utilizada em áreas de recreação, residenciais, comerciais, parques industriais, jardins, aeroportos etc.
Tipos de Drenos
Os drenos são feitos por valas abertas ou com o uso de tubulações subterrâneas, destinados a remover o excesso de água da região em que é implantado.
Os
drenos abertos são os mais comuns em regiões úmidas.
Ele tem as duas funções de coletar e conduzir a água superficial e subterrânea.
São mais favoráveis à
drenagem superficial por apresentarem maior velocidade de escoamento. Todavia, esse tipo de drenagem apresenta as seguintes desvantagens:
perda de área na sua abertura, dificulta o trabalho de máquinas, custo de espalhamento do material e
alto custo de manutenção devido ao crescimento de ervas daninhas em seus taludes.
Já os
drenos subterrâneos são formados por
tubos corrugados para drenagem enterrados utilizados para coletar e conduzir, por gravidade, a água proveniente do lençol freático de sua área de influência. Apresenta a vantagem de
dispensar a manutenção tradicional.
O uso de
tubos para drenagem geram as seguintes vantagens para a
drenagem subterrânea:
- Economia de área - não geram as perdas de área que ocorrem com uso das valas abertas;
- Facilidade no trabalho de máquinas agrícolas - como não são abertos as máquinas não são restritas a pequenas faixas de terra como no uso das valas;
- Diminuição da incidência de focos de mosquitos - como os tubos são enterrados não gera o empoçamento de água que pode ser utilizados como meio de reprodução pelos mosquitos;
- Custo de manutenção mais baixo - comparados com as valas abertas que tem que ser limpas 1 ou 2 vezes ao ano, a manutenção de um sistema com tubos tem um custo muito reduzido.
Informações Gerais sobre a Drenagem
Um projeto de drenagem deve incluir um estudo adequado para evitar erros comuns nesse tipo de atividade.
Se a especificação e análise técnica não forem adequadas você pode acabar não tendo uma drenagem eficiente e poderá até mesmo perder todo o trabalho e dinheiro investidos.
Para a elaboração desse projeto de drenagem os passos devem incluir os seguintes:
- Reconhecimento e delimitação da área afetada
- Levantamento topográfico
- Estudo do lençol freático
- Estudo do solo
- Elaboração do projeto.
No primeiro se conhece a área a ser drenada e verifica-se a possível origem do excesso de água.
O segundo item também é essencial, pois através dele pode-se traçar a diretrizes do projeto buscando descobrir de que lugares mais altos a água flui e quais os mais baixos onde serão enterrados os tubos. O estudo do Lençol Freático é bem específico e depende da região, para esta há a necessidade da instalação de uma rede de poços de observação, cobrindo toda a área do projeto [mais detalhes no artigo original cujo link está no final deste texto].
O Estudo do Solo consiste em verificar a condutividade hidráulica e a macroporosidade do solo. Estes dados entram diretamente nos cálculos de espaçamento dos drenos.
Também é importante o estudo do clima para verificar as precipitações na região.
Finalmente o projeto é elaborado baseando-se nos dados anteriores e nas fórmulas disponíveis para verificar o melhor espaçamento dos tubos e o layout mais eficiente para ser utilizado no seu projeto.
Fontes:
- EMBRAPA: Drenagem para a cultura do feijão - http://www.cnpaf.embrapa.br/publicacao/circulartecnica/anteriores/circ_26.pdf;
- LUTHIN, James N. Drainage engineering. New York: Robert E. Engineering, 1973, 250p. il. - http://openlibrary.org/b/OL4542404M/Drainage_engineering;
- EGGELSMANN, Rudolf. Subsurface drainage instructions. Hamburg/Berlin: Parey, 1984. 293p. i. - Disponível no eBay: http://bit.ly/bWeq4H